Inflação no Brasil é a 6ª maior da América Latina; em 2006, era a 15ª
Sílvio Guedes Crespo
Texto atualizado às 19h36 (Corrigida informação sobre inflação na Colômbia, de 2 para 2,4)
A inflação no Brasil, que atingiu 6,15% nos últimos 12 meses, é atualmente a sexta maior da América Latina, entre 19 economias analisadas.
Em 2006, quando foi de apenas 3,14%, o indicador brasileiro era o 15º entre 18 países (o Panamá foi excluído por sua série histórica não remontar àquele ano), acima de Equador, Chile e Peru.
Hoje, o país com maior inflação na América Latina é a Venezuela, onde os preços subiram mais de 20% em 12 meses. Em seguida, aparecem a Argentina (cujos indicadores oficiais são questionados por entidades como o Fundo Monetário Internacional) e o Haiti. O México, segunda maior economia da América Latina e muitas vezes concorrente do Brasil na tentativa de atrair investimentos externos, teve uma inflação de apenas 3,6%. O Chile, de 1,5%.
Inflação na América Latina
PAÍS | INFLAÇÃO EM 12 MESES (%) |
Venezuela | 20,1 |
Argentina | 10,8 |
Haiti | 7,5 |
Uruguai | 7,5 |
Nicarágua | 6,6 |
Brasil | 6,15 |
Honduras | 5,4 |
Bolívia | 4,9 |
Costa Rica | 4,6 |
Panamá | 4,6 |
Equador | 4,1 |
Paraguai | 4,1 |
República Dominicana | 3,9 |
México | 3,6 |
Guatemala | 3,5 |
Peru | 2,6 |
Colômbia | 2,4 |
Chile | 1,5 |
El Salvador | 0,8 |
- Fonte: Escritórios oficiais de estatística
Não custa lembrar que os dados acima se referem a quanto os preços subiram na moeda local de cada país. Não servem, por exemplo, para saber se ficou mais caro ou mais barato viajar para esses países (para isso, seria necessário considerar também a variação do câmbio).
Brasil
A meta de inflação do Brasil é de 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. Alguns economistas têm acusado o governo de abandonar a tentativa de atingir o centro da meta, concentrando-se em simplesmente não superar o teto (de 6,5%). O governo nega.
O gráfico abaixo mostra o índice oficial de preços desde janeiro de 2011. Desde junho do ano passado (o ponto mais baixo da linha, com inflação de 4,92% em 12 meses), os preços vêm acelerando, ainda sem atingir o pico de 2011, que foi de 7,31% em setembro daquele ano.
Entre os produtos que mais impulsionaram a inflação no país estão os alimentos, que subiram 9,86% no ano passado e mais 1,63% em janeiro de 2013.
Histórico
Desde o Plano Real, a inflação já teve tempos melhores, mas também piores. Abaixo, a variação do IPCA, ano a ano, desde 1995.